Adoção não é caridade, mas um gesto de amor!

                                                Rita de Cacia Pereira dos Santos[1]

O ser humano é complexo, mais ainda quando precisa expor seus sentimentos. Mas, mesmo assim, é capaz de grandes gestos de amor.

Muito se ouve falar na violência que assola as cidades, chegando mesmo a bater em nossa porta, nos levando a refletir sobre algumas convicções que temos arraigadas em nossas vidas. Muito podemos fazer para que esse cenário mude, em várias áreas e situações. A adoção é mais um caminho de possibilidades, para alterar essa triste realidade de abandono que algumas crianças vivem e que levam a uma vida, por vezes, de violência.  

Ficamos chocados quando vemos cenas de crianças abandonadas e entregues a própria sorte em outros países. As crianças que foram vítimas do terremoto no Haiti. Crianças que são órfãs das intermináveis guerras civis que assolam a África e os países do Oriente Médio. Porém, esquecemos daquelas que são vítimas do preconceito e que se encontram nos abrigos em nossa própria cidade, condenadas a viver sem ter família, porque cometeram o crime de nascer de atos que não foram de amor.

As manchetes garrafais dos jornais chamam mais a atenção, porque geralmente refere-se a atos de violência cometidos por menores que estão esquecidos pelas ruas, do que os casos bem sucedidos de adoções de pessoas que atualmente estão trabalhando e vivendo como cidadãos participantes da sociedade, porque alguém, em um dia resolveu que sua capacidade de amar era maior do que seu preconceito.

Geralmente, quando cogitamos a ideia de adoção, vem a nossa mente a imagem de um bebê, recém-nascido, branco, saudável, que futuramente se transformará em um (a) belo (a) jovem de olhos e cabelos claros.

Precisamos ter em mente, que a pessoa que deseja ser pai ou mãe, precisa apenas ter uma grande capacidade de amar, e que filhos não podem ser escolhidos como mercadorias, eles são uma forma de expressar amor, independente se são biológicos ou adotivos.  Filho/a será  tão somente filho/a.

Para que o gesto de amor seja completo faz-se necessário que ao optar por ser pai ou mãe, tenha-se em mente que as crianças que estão nos abrigos, precisam de uma família que não apenas as acolha, mas que as ame, de maneira incondicional. Para isso, ao adotar, não podemos escolher as crianças como se faziam com os escravos, mas buscar identificar-se com o adotando, de forma que ele sinta-se realmente desejado e acolhido.

Sabe-se que o Estatuto da Criança e do Adolescente reza em seu Artigo 19, parágrafo 2º, que o abrigamento dos menores não deve ocorrer por mais de dois ano, a não ser por decisão judicial, por isso, não precisamos que os candidatos a adoção sejam esquecidos nas instituições, e acabem marginalizados pelo nosso preconceito.

O amor é inato em todos os seres, em uns mais e em outros menos. Desta forma não precisamos reclamar das dificuldades, se podemos amenizá-las com um gesto simples.

Não precisamos fazer caridade, porque a adoção é um gesto de amor, que pode salvar vidas. Junte-se a Campanha do Magistrado: Mude um destino: adoção consciente. Pense nesta ideia.



[1] Acadêmica da UERGS – Unidade em São Luiz Gonzaga, Curso de Pedagogia. Voluntária no projeto de pesquisa “Adoção: mais que um gesto de amor, um compromisso com a vida pesquisa no município de São Luiz Gonzaga”  realizado em parceria UERGS - São Luiz Gonzaga e Fórum Comarca de São Luiz Gonzaga e Coordenado pela professora da UERGS - SLG, Drª Árisa Araujo da Luz e Assistente Social do Fórum - SLG, Teresinha Aparecida Pereira.

Comentários

  1. Bom dia querida!
    Passei para conhecer o seu blog gostei dos artigos principalmente este sobre adoção.Que Deus te abençoe.
    Bjs

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