Os desafios das novas tecnologias.



Hoje, faz-se necessário uma mudança de pensamento quanto à prática escolar, porque com o avanço da tecnologia e sua consequente aplicação nas escolas, o professor e a comunidade escolar precisam passar por um processo de reciclagem e reaprender seus saberes para que possa ser não mais um transmissor de saberes, mas um aprendiz daquilo que lhe é oferecido, juntamente com seus alunos.
A escola tradicional e o tecnicismo, principalmente, se tomado aos moldes da década de 70, nunca atenderam aos interesses da esquerda no Brasil e não mais atendem aos interesses das classes dominantes. A História da Educação no Brasil mostra a que a escola sempre cumpre a tarefa de reprodutora dessa ideologia. No entanto, essa mesma história mostra que sempre há resistência a esse tipo de educação. Assim, pode-se afirmar que na opinião de alguns, a tarefa cumprida pela escola burguesa do século XX é manter o status quo a partir da inculcação de valores que justificam toda a desigualdade social, ocultando a realidade e as reais causas da pobreza, da marginalidade e de tudo que advém delas, sublimando a relação de opressão existente na sociedade e negando as possibilidades de sua transformação, ocultando tudo o que há de opressor e transitório nele (trabalho pedagógico de ocultamento da realidade). Além disso, ela é responsável pelo já referido ato de exclusão, que divide os homens entre aqueles que pensam e aqueles que operam e por uma formação que atenda à demanda de solicitação de mão de obra no mercado. [de MORAIS. Regina Aparecida. Tecnologias,mudanças de paradigmas e educação no Brasil. – A inserção dos recursos tecnológicos nas escolas. Artigo disponível em: http://www2.funedi.edu.br/revista/revista-eletronica3/artigo13-3.htm, acessado em 02/11/2009].

O uso de vídeos precisa ser planejado pelo educador, porque ele não pode simplesmente tapar um buraco ocasionado pela falta de interesse dos alunos no seu conteúdo ou porque o mesmo precisa faltar, por motivos pessoais. Existem muitos canais destinados à educação que transmitem programas que fazem parte das grades curriculares das escolas que podem ser aproveitados nas escolas que possuem antenas parabólicas em funcionamento, bem como vídeos que são enviados às escolas e precisam ser aproveitados, pois, não servem apenas para ocupar lugar nas prateleiras das salas de coordenação, dos professores ou das bibliotecas. Um professor aberto às novas tendências, além de cativar seus alunos e despertar o interesse deles para a sua disciplina, o aproximará mais da própria comunidade escolar, ocasionando um relacionamento que se baseará na troca de conhecimentos, onde todos sairão ganhando.
Buscar novos paradigmas, construindo-os no dia a dia, precisa ser uma busca constante não apenas do educador, mas também da pessoa, porque possibilita uma melhora significativa no sistema educacional. Hoje, todas as aprendizagens servem apenas como experiências vividas, velhas histórias, que transformam-se em chips, usados nos computadores,  que já chegaram a ocupar um quarteirão inteiro, e agora estão reduzidos a apenas alguns centímetros ou polegadas podendo ser carregados na mão.
A revolução tecnológica entrelaça todos os níveis, criando novas redes de comunicação, novas imagens, novos signos transformando a vida  das pessoas, influenciando e reestruturando as relações sociais nos espaços de produção, sejam elas educacionais, sociais ou econômicas.
Ensinar é uma especificidade humana, porque o educador precisa estar aberto ao diálogo, mas principalmente desenvolver um dom muito raro em professores, saber escutar porque se o professor escutar o que seus alunos estão dizendo, não apenas com palavras, mas com atos que expressam sua vontade mais íntima, toda sua programação será inócua, pois, os planejamentos que aos seus olhos são perfeitos, transformar-se-á em grande decepção, nem mesmo o  uso de  todo o equipamento tecnológico disponível conseguirá fazer com que seu aluno seja despertado para o conhecimento que ele tenta transmitir ao seu aluno.
O mundo, hoje, não é o mesmo de 20 anos atrás, porque a televisão passou do preto e branco, para o colorido, de mono para estéreo, da tela curva para a plana, da imagem confusa para a de alta definição e, estamos passando dos sistemas analógicos de produção de imagens e dados para as digitais. A era do computador está integrando todas as funções, modificando e aperfeiçoando a tecnologia, que hoje está disponível a todos independente da classe socioeconômica.
As tecnologias estão cada vez mais presentes no nosso cotidiano, provocando impactos de diferentes naturezas, em diversas áreas e, sobretudo, na educação. Hoje, procura-se educar as crianças para que não mais considerem a aprendizagem “uma coisa chata”, e que elas entendam que aprender é algo emocionante, vivo, empolgante e precisamos, enquanto educadores fazer com que nossas escolas tornem-se lugares onde a aprendizagem seja algo empolgante e desafiador.
Precisamos de um ponto de equilíbrio entre o sentimento e a razão, para que nossos alunos possam pensar com clareza, e descobrir que apesar de todo o suporte tecnológico, é preciso que todos tenham em mente que importar-se com os outros, ser responsáveis e participar desta fase de transição educacional faz parte do crescer, do evoluir e comunicar-se.
Buscar através do paradigma do saber, reformular a ideia de que o uso dos aparelhos nas suas dimensões mais artificiais alienantes e autoritárias traz grande prejuízo para todos, principalmente para aqueles que estão buscando aprender mais, da vida, do mundo, dos saberes escolares.
Sabe-se que o educador, é o ídolo de qualquer educando, e excluí-lo do mundo digital, apenas porque se acha que sua condição sócio-econômica não permitirá que ele tenha acesso às tecnologias, ou que não haja interesse pelas questões políticas, econômicas, sociais e religiosas que fazem parte de um mundo globalizado, é não querer que haja por parte daqueles que buscam os saberes a um descaso que não interessa a ninguém.
O mundo evolui tão rápido, a nova sociedade do conhecimento requer novas competências, novas atitudes e também novos paradigmas educacionais. Estas mudanças nos obrigam a aprender manusear computadores, e outros aparelhos eletro-eletrônicos, e humildemente tentar aprender uns com os outros para não sermos largados sozinhos, perdidos entre dois mundos, mas tudo isso exige uma reorganização das práticas escolares, pois, não podemos esperar de braços cruzados e apenas assistir enquanto tudo acontece à nossa volta, e nós, educadores e educandos sejamos apenas assistentes dos avanços que atualmente permeiam nosso dia a dia.


 



Referências:

SUZUKI, Juliana Teles Faria; RAMPAZZO, Sandra Regina dos Reis. Tecnologias em Educação. Pedagogia 7. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2009.
MORAIS. Regina Aparecida de. Tecnologias, mudanças de paradigmas e educação no Brasil. – A inserção dos recursos tecnológicos nas escolas - Artigo disponível em: http://www2.funedi.edu.br/revista/revista-eletronica3/artigo13-3.htm, acessado em 02/11/2009.
ROSAS, Vanderlei de Barros. Os Novos Paradigmas da educação. Artigo disponível em: http://www.mundodosfilosofos.com.br/vanderlei.htm, acessado em: 02/11/2009.

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